O perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.
Fonte: Wikipedia
No último dia 14 de dezembro estivemos, mais uma vez, na mediação.
No final de semana anterior fui atropelado pelos pensamentos sobre a educação da Sofia e o atual lamentável estado da governança.
A Carla apresentou-me uma vez uma definição de catástrofe:
"Quando dois eventos pouco prováveis se acumulam".
Pois bem, a atual governança é um convite à catástrofe
Como chegamos neste ponto?
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A indefensável estrutura discriminatória do judiciário produziu na minha história 3 vítimas principais.
- Minha filha, que sofreu muito com tudo.
- Eu, que alternava sentimentos de impotência com a convicção que deveria resolver tudo com uma boa intervenção "coroneralista". Ser órfão da justiça (o conceito, não confunda com o judiciário) é um sentimento horrível e um estímulo ao comportamento criminoso. Resisti, mas ninguém saberá o gosto amargo na boca com a sensação de descomprometimento por não fazer nada, que mordia as minhas madrugadas.
- A Mãe, que expondo um caráter peculiar, abraçou o oportunismo da situação como válvula de escape para sua existência miserável. Agrediu de forma consciente e repetidamente Mentir tornou-se seu mantra. Honestamente, abrindo mão do meu cinismo usual, mesmo ela tornou-se vítima dos eventos. Hoje ela repete para si fragmentos da história no esforço de se convencer que todas suas ações são justificáveis e zelaram pelo bem da criança. Já até concordamos que, pela harmonia, não falaremos do passado, visto que eu não sou capaz de tolerar bobagens e os meus registros de datas e eventos, que ela chama de "a verdade do Cosme" demolem a "verdade dela". Ela se sente realmente agredida nestes momentos, inverte-se a situação e eu sou o agressor. Como se uma folha de papel pudesse ser bipolar. Como se o registro de datas pudessem mentir. como se a criança já não dormisse comigo, e por meses, antes dela afirmar que seria perigoso o pernoite com o pai e conseguir isto no judiciário.
Bem, não me resta dúvida, o Judiciário é preconceituoso e mentiroso. Falo obviamente, da vara de família, espaço que tenho o desprazer de conhecer.
Agora, vejo-me obrigado a abrir mão das minha prerrogativas de ser humano e perdoar "a força" um ser que dificilmente passaria numa avaliação psicológica com seu comportamento passado.
Sobe o gosto de fel na boca.
Refleti, conversei com a Carla, refleti mais...Não em jeito...
"Terei que ser melhor do que sou."
Oficialmente foi lançado: O paradoxo do Pai Vítima de Alienação Parental.- Não adianta o quanto a cidadã agiu mal.
- Não importa o quanto mentiu.
- Não interessa o quanto suas ações foram premeditadas com o objetivo de tirar, para si, vantagens.
Fui para a mediação com este objetivo, comunicar a minha decisão e viabilizá-la.
Resumindo:
Fui provocado e provoquei.
Expliquei a minha posição.
Ouvi que existem muitas verdades e que deveria me curvar às dela.
Pedi ajuda, disse:
"Não sou tão melhor do que você, preciso de ajuda nesta minha intenção". :-)
Aprendendo com meu próprio passado
A morte da minha mãe foi envolta em algumas dúvidas e muita dor.
Pesava sobre o atendimento médico a desconfiança de erro e sobre a minha irmã uma enorme culpa.
Após o evento eu pedi que todo o processo de atendimento fosse escrito, com detalhes, pela minha irmã,
Ela não fez isto.
Mesmo neste intervalo eu fui exposto a um outro profissional, de minha confiança, que questionou a solidez dos "fatos" da época.
O concreto é:
"Hoje é melhor que a descrição não exista."
A inexistência do registro detalhado hoje facilita o esquecimento.
O esquecimento dos detalhes, sem contar o questionamento do profissional, torna o perdão um processo normal.
Com Sofia está diferente.
Em meio ao processo, onde um homem entra como irresponsável, indigno de confiança e violento.
Onde o custo de provar o contrário cabe ao acusado, não ao acusador.
Fui obrigado a juntar um dossiê, pois as afirmações da outra parte eram aceitas como verdades.
O resultado é um longo material que consolida todo este período.
A memória não ajuda o perdão.
Mas o perdão não é uma possibilidade, é uma exigência. Uma exigência para Sofia ter uma vida com menos sobressaltos
Fechamos um acordo na mediação. Agora é fazê-lo funcionar.
Cedi o absurdo de mantê-la na escola criminosa, mas a Sofia ganhou a Guarda Compartilhada plena.
Agora o perdão é um execício diário. Assim como voltou ser minha convivência com a Sofia.
Temos mantido, eu e a mãe da Sofia, reuniões periódicas.
Os gastos são divididos ao meio e um controle financeiro é feito. Nada de pensão.
Temos diferenças e, sempre teremos, num diálogo bem frio e distante as coisas avançam.
Sei que este formato não é bom, mas me sinto seguro nele. Vamos dar um tempo ao tempo.
PS: A maior parte disto foi escrito em janeiro, demorei para publicar.
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