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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Imaginário da Sofia e a Verdade Verdadeira (Baixo Clero)

Sofia preocupa-se com o lobo.
O Lobo seria o arquétipo do mau.
Ela cita o lobo desde os 2 anos.
Temos também uma lista:
  • Papai Noel
  • Coelho da Páscoa
  • Fada dos Dentes
  • Fantasma
  • Bicho Papão
  • outros
Não é difícil imaginar a facilidade que os adultos incluem personagens mágicos no imaginário de um criança.
A Sofia foi a um show de mágica. Lá, entre os truques, teve uma brincadeira onde uma criança foi fantasiada de coelhinho.
Na memória da Sofia ficou a convicção que a criança foi transformada num coelho. :-)

Ficamos com a questão:
  • até onde conduzimos estas "pequenas mentirinhas"?
  • seriam elas realmente úteis para as crianças, ou são para os adultos?
Como aqui temos o Enzo, de 8 anos, e a Carla ainda faz as dinâmicas do Natal e da Páscoa, não vejo muito espaço para tocar nisto.
Desta forma este assunto não foi colocado em evidência. Preocupa-me romper com o imaginário do Enzo.
Entretanto a sustentação disto paralisa qualquer ação minha junto à Sofia. O que não é realmente ruim.

Por outro lado:
A Sofia está inserida num meio social. O dela.
Neste espaço temos um conjunto específico de regras, crenças e comportamentos.

O quanto seria benéfico eu catalizar estas discussões com a Sofia?
Isto a tornaria mais esperta no grupo? Ou mais deslocada?
Ajudaria nossos vínculos, ou o contrário?
São estas questões importantes para a Sofia, ou eu estou projetado as minhas nela?

Até onde podem chegar as mentirinhas boas?
Elas são boas para quem mesmo?

Existe uma ONG, em Botafogo, que tenho me aproximado.
Eles tem um serviço de apoio às famílias em litígio.
Não nutro expectativas neste esforço, mas não seria a 1ª vez em que ganharia por estar errado.
Comecei a ser exposto formalmente ao "Construcionismo Social" e me surpreendi com um discurso muito bem montado sobre o meu Pântano. Outro post.

Para fechar este:
Não é fácil responder definitivamente a muitas questões.

Devo permitir vida longa ao "Coelho da Páscoa" no imaginário da Sofia?
Não existe a resposta.
Apesar disto, o roedor onírico continua perseguindo meus pensamentos.

PS: O Alto Clero é a mesma questão, mas com pontos mais difíceis; para mim, é claro. :-) Outro post, veja aqui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O WII

O WII, o video-game da Nintendo, posiciona-se como um produto mais voltado ao público familiar. Então somos nós mesmos. :-)

O desafio foi buscar uma atividade que conseguisse atender à turma toda e os amigos satélites.
Em linhas gerais: Algo impossível.

Várias faixas etárias, diferentes desejos e disposições.
Não é possível conciliar tudo isto. Sem pensar muito numa questão já dada como perdida "seguia naquele esquema: escola, cinema, clube e televisão".
Um dia, um amigo meu, o Tuninho, insistiu mais que o normal e eu cedi. Ele trouxe um WII para mim.
No primeiro momento eu tive uma certeza: Fiz bobagem.
O tempo foi passando e aí...
Eu jogo, Enzo joga, eu jogo com o Enzo, Carla joga com o Enzo, Sofia joga e joga com qualquer um.
Passar tempo junto é importante para estabelecer relações. Diversão em grupo é melhor ainda.
Esta maquininha ajuda. Desde tiro até universos coloridos de fantasia.
Existe uma tal de Dora Aventureira. Faz um sucesso com a Sofia. É uma série de jogos para crianças. O jogo que "quase se joga sozinho" e a Sofia delira. Esboça uma satisfação de conquista, enquanto avança no jogo.
Tem um jogo do Mickey que, este sim, se joga sozinho.
Sofia normalmente acorda cedo, antes de todos. Normalmente jogamos boliche nas manhãs de domingo.

O Enzo descobriu a dança. Just Dance I, II e for Kids; Dance Dance Revolution, a série. Temos em casa 2 tapetes de dança e outras opções voltadas à malhação. Quase uma academia. Para ele um outro Mickey fez mais sucesso. Diversão 100, violência 0.

Impossível não citar Michael Jackson Experience. É capaz de transformar você no falecido. Com ou sem Thriller. Tem curso de dança e tudo. Enzo fazia o estilo que tinha uma opinião muito forte. Não gosto de música e nem de dançar. :-)

Para terminar temos a Sofia voando. Sim, você também poderá voar, após alguma prática. É o pesadelo de qualquer pai. Ver sua filha transformada numa galinha. É galinha, mas voa.

Repito aqui o link colocado em:  Brincar com a criança é a forma de dizer que a ama.
Se você tem filhos é hora de pensar num WII ou, se estão entrando na adolescência, talvez o PS3 ou o XBOX360 sejam outras opções.
Lembre-se: "Não basta ser pai, tem que participar do jogo" :-)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sofia e Afrodite

Por muito tempo eu imaginei que a função de um educador devesse ser fazer a criança fazer o que deve ser feito.
Observe que não existe uma definição objetiva disto. Está subordinada à percepção e aos valores do educador.

Mesmo quando a realidade nos desafia e mostra crianças sendo orientadas de formas criticáveis, o estado apenas deve intervir em situações limítrofes.
Abundam na nossa história excessos do passado. Vale salientar que o patamar de erros aceitáveis dos indivíduos é muito superior ao dos erros aceitáveis do estado.
Resumo: Mantenha o estado longe da sociedade, em especial, das nossas crianças. Estado nesta área é último recurso. Algo no mesmo patamar de "Operação Cerebral".

Pois bem, venho ponderando sobre os objetivos finais do processo educacional. Ponderações que retornam, invariavelmente, para a questão final: Qual o sentido da vida?

Pulando muita filosofia...

Observei que o fundamental não é que a criança faça isto ou aquilo, mas que queira isto ou aquilo. Fazer está, na verdade, em 2º lugar. Desejar é o ponto. Quando fracassar no "Desejar,  o "Fazer" pode ser um tipo de consolo.
Resumindo:
  1. Faça a criança Desejar
  2. Consiga que a criança Faça
Nesta ordem.

E eu que sempre pensei que as noitadas de Calculo eram difíceis.
Toda a questão agora muda. Como motivar uma criança? Outro post.

Bem, testo todo dia algumas ideias. Um Animal de estimação surgiu como uma ideia que foi amadurecendo por muitos meses.

Aguardei alguns eventos:
  1. A Sofia manifestar, repetidamente, o interesse.
  2. O Enzo esboçar alguma iniciativa pela ideia.
O 1º ocorreu legal, mas lembre-se, a criança não tem compromisso natural com suas ideias. Cabe a você lembrar para ela que a ideia foi dela. Na verdade isto é mais importante do que ela realmente tomar a iniciativa. Manobra Goebbels. Não é necessário tanto. Apenas aguarde sua manifestação e relembre de forma alegre que ela existiu.
O 2º começou bem, mas ele recuou dizendo que não queria tratar do bichinho. Vale a mesma regra: Fazer com que ele se sinta responsável pela decisão. Na verdade está tudo muito mais próximo da Manobra Dale Carnegie:
"Atribua à outra pessoa uma boa reputação para que ela se interesse em mantê-la"
Atribua à criança a fama de ser um bom e carinhoso cuidador do cão e ela se esforçará em não perder esta autoridade recebida. Bom para todos os envolvidos: as crianças, os adultos e o filhote.

Assim chegou a Afrodite, ou Frô.
Uma linda vira-lata, que cabe no meu chinelo.
Esboçando todas as vantagens e desvantagens de se ter um filhote numa casa onde todos ficam fora a maior parte do tempo. Nossa rotina de casa. Outro post.

Entre os constates choros da Frô, suas mijadas e as crise da minha parceira sobre não ter tempo para nada "...e agora ainda ter isto."..

A vida segue e é espetacular ver o Enzo perguntando 1º sobre ela quando sai do transporte escolar.

Pulei de 4º "ser mais amado em casa para" o 5º.
Tempos felizes.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crianças Comem

Todo dia.
Impressionante como isto é certo. Trata-se de um consenso.
Já qual é o ideal para a alimentação...
Se os adultos não conseguem um acordo, imagine a piora no cenário infantil.
Opções:
  • Carnívora
  • Onívora
  • Macrobiótica
  • Probiótica
  • Vegetariana
  • do Paleolítico
  • Mediterrânea
  • a tradicional da vovó, só que agora com mais amor, Glutamato Monosódico.
  • Tecnológica. Com o avanço da ciência podemos ingerir substâncias que nunca antes existiram na natureza.
Se para um adulto já é complicado, não melhora quando pesa nos ombros a responsabilidade sobre um ser indefeso que precisa da tua decisão.

Observando o ambiente identifiquei dois grandes grupos.
  1. Deixa vida me levar - Se o que eu como não me mata,  deve ser bom o suficiente para a criança. Apenas readapto para sua idade. Se tomo Nescau, Nesquik tá bom para ela.
  2. Tomarei controle disto - Perigosíssimo. O pai transforma a criança em vegetariana também. Gosta de florais, deve funcionar com ela. Curte a velho continente, entoque o guri com azeite de oliva...
Lamento informar, mas só existe uma verdade verdadeira absoluta neste campo:
Qualquer verdade será contesta, e bem contestada, no mesmo dia em que for apresentada.

Já namorei quase todas destas dietas, para mim, não para minha prole.

Cheguei a uma combinação ótima, chamo de:
Paleolítico com Amor (com Amor, sem glutamato)
É aquela ideia mesmo:

Paleolítico
O último momento em que a alimentação e a seleção natural atuaram sem restrição da população humana.

Amor
É necessário bom senso. Um chiclete não mata ninguém, mas não pode dar abertura para gostar de doces, se é que algo assim é possível.
Pensar 5 minutos na tabela de vitaminas, mas não perder o sono por que a ingestão de vitamina K está abaixo do definido.
Acompanhar as pesquisas sobre saúde, mas não tornar isto uma rotina de duas vezes por dia.

Por falar em pesquisa:
Comida Ruim Torna a Criança Burra.
Camões.

Resumindo:
  • Mantenha a calma, você não conseguirá controlar tudo
  • Mantenha-se informado, a combinação de informação com moderação é perfeita.
  • Evite reações bruscas. Calma.
  • Preferência por alimentos naturais não é ruim, mas lembre-se dos agrotóxicos
  • Faça da refeição um momento leve e agradável. Como tudo deve ser.
  • Evite que o doce vire uma referência de alimento/rotina.
É impressionante como a Sofia cresce, e eu apenas dou comida. :-)

Sobre a imagem:
Vitamina D agora é a nova moda.
Pesquisas indicam que cura até câncer.
Produziu o pânico em pais americanos neuróticos, pois uma pesquisa indicou que a maioria das crianças de lá está com deficiência.
Aqui no Brasil não temos este tipo de problema.
Não temos as pesquisas. Nossos filhos estão seguros.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Infantilização da Infância?

Titulozinho ruim este, heim?

Devemos tratar a criança como um ser descolado da realidade?
Voz esquisita, palavras erradas, compromisso zero.

Ou devemos falar normalmente, corrigir a fala e paulatinamente trazer obrigações para ela, torná-la importante nas suas coisas?

Ou existiria um ponto no meio destas duas linhas de atuação?

A questão é a seguinte:
Existe um ponto ideal?
Vejo a minha volta dois comportamentos antagônicos:
  • Criança deve ser criança a qualquer custo
  • Criança deve ser inserida na realidade que a rodeia
Fico eu tentando achar um ponto ótimo entre estes dois.
  • Beijo, beijo, beijo.
  • Observo para elogiar.
  • Pego no colo, mas não carrego. Ela já anda muito bem.
  • Não faz sentido eu levar sua mochila, ela tem rodinhas.
  • Toda e qualquer atividade que identifico capacidade na Sofia, passa automaticamente para ela.
  • Não economizo manifestação de afeto, mas sou sedento para que ela assuma pequenas tarefas. Guarde suas coisas e responda por elas.
E isto piora no plano da ideias. principalmente as menos concretas.

Vida e Morte
Como meus sogros morreram num intervalo de um ano, a morte já foi abordada. Eles estão no céu. Ela mesma repete com alguma frequência.

De onde vem os bebês?
Ainda não enfrentei a questão da origem das crianças, mas ando me preparando. Nada de cegonha, mas também sem espermatozoides.
A linguagem pode não ser 100% precisa, mas deve ser honesta e acessível à ela.
O fundamental é evitar os 3 segundos de silêncio que o espanto produz. Estes tem o poder de mitificar na cabeça da criança.

Futuros pontos
Duro mesmo serão as conversas sobre:
  • Papai Noel
  • Coelhinho da Páscoa
  • Deus. Ih esta vai ser dura mesmo...Outro post.
  • Dificuldades com o comportamento da mãe. Nossa, vou até gostar da conversa sobre Deus. Outro post.
Brinco muito com ela, mas já rejeito o uso de trejeitos infantilizados.
Nossas conversas são objetivas, dengosas e objetivas, e esboço claramente que desejo compromisso no que ela diz e pede.

Quando ela age mal é uma Linguicinha e recebe beijos na face esquerda.
Quando é proposital:
  1. fica de castigo;
  2. reflexão;
  3. correção do erro e
  4. pedido de desculpas.
Preferencialmente nesta ordem. Não existe limites para a intransigência aqui.

Quando age bem é Princesinha e beijos na face direita.
Depois ela sai para recolher a própria roupa do banheiro.

Sei que não existem respostas prontas, mas me divirto tentando o melhor que posso.
Trocando experiências com outras pessoas, por vezes, sinto-me um Pai Tirano. Outro post.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sofia e o Paradigma dos Dois Gatinhos

A questão central que nos persegue como seres reflexivos continua sendo o sentido da vida.
Se a ciência tem colocado em xeque as respostas religiosas, ela também não tem fornecido boas respostas para substituí-las.
Uma das respostas com aspecto consistente, apesar de extremamente pobre, é a da reprodução.
"O sentido da vida é perpetuar a espécie. Ter filhos."
Ignorando todas as ponderações possíveis sobre o texto acima...

Ser pai permitiu-me reavaliar a minha história pessoal e trouxe uma sensação de que o aconteceu até aquele momento poderia ser com o objetivo de me preparar para esta atividade. Como se muito do passado fosse um aquecimento para exercitar-me. Com a meta de me moldar para acompanhar o desenvolvimento da Sofia.
Nossa, como isto pareceu dramático. Acredite, não é.
Tente reler com mais leveza, com este espírito é que foi escrito. :-)

Vou destacar aqui o Paradigma dos Dois Gatinhos.

Apartamento pequeno e sem muita vida interna.
Olhamos a volta e notamos que as plantas de plástico estavam todas felizes.
Compramos plantas de verdade. Tamanha a ousadia de pular o cactus e ir direto para a samambaia.
Alguns anos neste treinamento e fomos para um gato.
O Alcebíades. Al era um gato fofo e branco.
A combinação de puberdade e minha negativa em castrá-lo tornou a vida mais rica lá em casa.
Quando eu chegava do trabalho o Al me atacava.
Queria carinho e atenção.
Dá uma sensação muito boa ser tão assediado. Você percebe que alguém gosta mesmo de você, mas satura também.

Vida segue, Al mija nas paredes.
Lá pelas tantas herdamos uma gata, a Lili.
Inicialmente bastante arredia, mas adaptou-se.
Portava o natural mau humor feminino, mas gerenciável pelo Al.
Era castrada, ou seja, sem algumas diversões para o Al.
Eles passaram a brincar bastante.

Em pouco tempo o ritual de recepção noturna tinha acabado.
Tudo ficou MUITO mais brando. Indiferença poderia ser a melhor descrição em algumas noites.

Os gatos brincavam entre eles e se importavam pouco comigo.
Os gatos estavam felizes deste jeito

Pois bem, como isto afeta a Sofia?

Crianças gostam de crianças.
Proporcione crianças à tua.

Teve filhos?
Tua vida social não é mais a mesma. Esqueça daquela.
Invista nos amigos com filhos.
Invista nos parentes com filhos.
Invista nos amiguinhos da escola dela.
E participe.
Você sabe o nome da irmã da Hello Kitty? Não? Sacrilégio!!!
Mimi.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Genitor, Pai, Pária e Papai

Por que contrariar a expectativa geral e ser Pai?
O mapa do Caminho

Por Etapas:

Genitor
Um casal normal, com comportamento mediano.
Eu não queria ter filhos, minha mulher era... uma mulher.
Nunca esboçou um interesse claro neste assunto.
Casamento é sociedade. O fundamental é o esforço de ambos em estabelecer situações "Ganha-Ganha".
Como as pessoas são diferentes é importante que as diferenças sejam ponderadas no equilíbrio dos acordos.
Considerando que:
  • o homem pode muito bem mudar de ideia aos 70 anos e
  • aos 40 já é um risco considerável para a mulher e para a criança.
Eu propus o seguinte acordo:
Se ela quisesse eu topava, até seus 36 anos. Após isto adoção.
Aos 35 ela decidiu.
Não foi sem angústia para mim, mas eu cumpro os meus acordos.
E entrei nessa. Não dá para ser Flamenguista "meia-boca".
Ela sempre esboçou um boa instabilidade emocional e eu senti a decisão como uma fuga, um pedido de ajuda. Casamento é casamento, amava a mulher e não romperia um acordo baseado em tão pouco.
Passamos um período do tipo:
"Corra para casa que eu acho que estou ovulando"
Mas curto o suficiente para não danificar a minha auto-estima.
Sofia Nasceu. Virei o Genitor.

Pai
Minha sogra chegou junto no primeiro mês.
A mãe, funcionária pública, conseguiu ficar em casa por um ano.
Até a separação eu entendia isto como uma ótima coisa. Minha mulher explicou que, provavelmente, foi o fim do mundo.
Falou sobre um mito da maternidade feliz e satisfatória que apenas serve para oprimir muitas mulheres. Verifiquei a informação com outras mulheres. É, eu estava errado. Tem mulher por aí que sofre horrores e parece que este grupo não é pequeno.
Indiferente a isto, no primeiro ano a mãe da Sofia era mãe em tempo integral. Eu achava que ela estava feliz. Parece que não.
Quando ela voltou a trabalhar as tarefas vieram migrando, suavemente, para mim:
  • O café da manhã passou para mim.
  • Leva-la para creche era atividade minha, com coberturas excepcionas por parte dela. Pegar era com ela, com coberturas excepcionas por minha parte.
  • Adotei a brincadeira antes de dormir, uma rotina que passou a me fazer chegar cedo em casa e a especializar-me em Lego.

Pária
Sofia com um ano e nove meses de idade e a mãe pede separação.
No passado, por trauma meu, tinha deixado claro que não lutaria por um relacionamento emocionalmente em crise.
Se temos um problema, devemos dialogar. Se entrar em crise, eu saio.
Não consegui bancar esta posição.
Fiquei em casa por mais duas noites.
Chamei para conversar por mais dois meses.
Ok, perdi.
Lancei como Custo Afundado e bola para frente.
Vale destacar que sua reconhecida instabilidade neste ponto não se manifestou.
Apesar de uma pequena e breve vacilada, ela foi bem coerente todo o tempo. Desejava a separação. Ela sabia o que queria.

Seis meses depois, namorada, enteado, vida seguindo, Sofia integrada. Tia Carla para um lado, irmãozinho para o outro...A mulher surta.
Muito bem suportada por um judiciário irresponsável, que premia sua beligerância.
Constituição, isonomia, leis, ECA, o melhor para o menor, nada vale nada.
Uma estrutura que visivelmente não transitou do Republicano para o Democrático. É um feudo, pago com os meus impostos.

Mulher insana, criança pequena, judiciário irresponsável...
De convivência diária, a criança de 2 anos, passou a ver o pai a cada 15 dias.
A menina surtou, mesmo. Com direito e ter registro no caderno da creche sobre a imprevisibilidade de seu comportamento. Registrado pela mãe e pela professora.  Quanto ao judiciário?......
Pai Pária. Se aqui isto é assim, imagine na Jamaica.

Papai
Ouvir o gritinho fino:
"Papai, acabei."
Não faltam estudos indicando os resultados da criação de um filho sem o Pai.
Banquei o projeto filho, então é isto.
Sem dúvida a mãe tem o poder de dificultar muito as coisas, mas continua sendo minha a responsabilidade. E ela faz. A insanidade dela não pode se transformar na minha desculpa.
Todo dia é um novo desafio e vários prazeres conhecidos.
  • Me abraça, papai.
  • Me beija, papai.
  • Conta estorinha para eu dormir.
Fui filho de pais separados.
Fui, na verdade, um filho abandonado pelo Pai.
Está certo que minha mãe, em termos de Alienação Parental, bebia enxofre e cuspia fogo. Juntou com o meu pai, que já não era grande coisa...

Não gostaria que a Sofia passasse por parte do que eu passei.
Não suportei a imagem de ser o responsável por parte disto.

Entre os pontos positivos e negativos, não deixarei a Sofia na pista.
Sou Cosme, Pai de Sofia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Brincar com a criança é a forma de dizer que a ama

Esta lição eu aprendi com a minha mulher, e faz muito sentido.

Sofia se esbalda quando eu sento no chão.
Ela se dedica de corpo e alma a me explicar as coisas.
A chuva, os passarinhos, a roupa que usa.
Ela fala bastante da mãe também.
Usa sempre frases curtas. Ideias bem objetivas e fala bem.
Sinto-me num curso grego de filosofia. Ela tem a disposição de me explicar tudo.

Ela adora piscina. Também, aqui no Rio, tem dias que parece um estágio do Inferno. Sua confiança dentro d´água tem se mostrado crescente. Recentemente ela tem investido em prender a respiração e fazer bolhas sob a água. Impressionante como algo tão bobo gera um sentimento tão grande de orgulho em mim. Ela aprendeu e faz isto sozinha.

O plano original de edução dela incluía, neste período, a formação musical.
Ela é fundamental para a obtenção do ouvido absoluto. Outro post.

Entretanto, as dificuldades impostas pela mãe tem se transformado num obstáculo para isto também.

Existe um força no comportamento humano.
Descobri esta força fazendo o trabalho final da minha pós-graduação em Ciências da Religião:
  • O Cuidar
Trata-se de um impulso de cuidarmos dos outros. É muito mais complexo do que eu conseguiria explorar aqui e muito mais amplo do que eu conseguiria.
Assistimos visivelmente o "Cuidar" se manifestando na Sofia.
Ela precisou superar o medo para se aproximar da Frô, a Afrodite, nossa cadelinha bebê, recém adotada. Outro post.

Em casa temos usado muito o WII. Puxa, é muito assunto aqui. Outro post.
Pesquisando na internet eu achei isto aqui:
"Jogar video-game com o Pai é bom para a filha"

  1. Texto original
  2. Texto em Camões
O ponto aqui não é o equipamento, mas o conjunto de experiências que Pai e filha vivenciam juntos.
Você pode até esquecer a maquininha, mas que ela ajuda ajuda.
Quem já leu "Eu me divertindo com a Sofia" leva uma pequena vantagem aqui.

Quem não está lendo aqui pela 1ª vez já sabe o meu lema:
Quem define qualidade é o cliente.

A Sofia tem definido de forma bem clara o que a agrada.
Eu tenho atuado para ser legal para nós 2.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Violência Doméstica, origens e motivações

Num sábado destes, 29/02, estávamos nos preparando para viajar. Gang completa: Carla, Sofia, Enzo e eu.
Passávamos pela rua e, pela visão lateral, suspeitei de algo estranho.
Um cara batia numa mulher, com uma criança ao lado pendurada nele.
Quando dei o alarme a Carla, que tem o estilo "Faça a coisa certa", parou o carro.
Enquanto eu corria para separar as pessoas, e como o cara batia bem eu resolvi correr para valer, a Carla ligava para a polícia.

Cheguei e fui inicialmente ignorado por todos.
Na tentativa de afastar os três recebi:
  1. um olhar de agradecimento da criança
  2. uma encarada do homem do tipo: "o próximo soco pode ser teu"
  3. um mordida da mulher. A mordida e o pedido de desculpas duraram menos de um segundo, o dedo dói até hoje.
Puxei a mulher, que dava 2/3 do homem, para dentro da grade do prédio, fechei-a e me afastei em direção ao carro.
Lá a Carla já falava com a atendente.
De ponta a ponta não deve der durado 1 minuto.
Desta forma não sou capaz de análise completa, mas como sempre sou abusado, seguem algumas impressões:
  • o homem não parecia fazer o estilo acéfalo. Desta forma bater na ex-mulher em público deve ter sido uma situação limite.
  • A mulher apanhava com uma considerável coragem. Ambos poderiam estar jogando o mesmo jogo
  • Já estavam separados a 3 anos.
  • Existiu uma outra mulher no meio.
  • O homem acusava a mulher a respeito de algo sobre o filho. Alienação Parental pareceu-me.
Minha organização neurótica da realidade tem imposto pequenas reflexões quase diárias sobre este evento. Não subestime o poder de motivação reflexiva capaz de ser obtida por um dedo doendo.

Não sou realmente novo neste planeta, já se vão 4 décadas, e tenho uma forte resistência a tratar as pessoas como burras, nem por elas, eu é que não gosto desta dinâmica. Isto me faz mal.

Homem batendo em mulher. Que coisa mais "démodé"!
É bem difícil eu acreditar que ambos não tenham construído juntos a agressão. Não estou tentando legitimar nada aqui.
Para ficar claro:
Agressão para mim, só verbal e sem palavrões. Detesto violência, sou capaz até de bater em alguém. :-)

Por que ambos concordaram em expor a criança a esta cena?
Se, supostamente, o ponto mais importante ali é a criança, por que ambos não trabalharam rumo a preservação dela?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Como funciona a memória da Sofia?


Ou: memória de criança, este mistério

Em 2009, outubro, a Sofia perdeu o lar estruturado.

O maior significado que eu notei ate agora é na culpa que produz em mim, e provavelmente em todos.
Quando algo dá errado, é por causa da separação.
Estou certo que, se algum dia, ela se tornar flamenguista, é por isto. Minha culpa. :-)

De lá para cá saímos centenas de vezes:
  • clubes
  • cinemas
  • praias
  • piscinas
  • festinhas infantis, muitas
  • parques
  • parques aquáticos
  • brincadeiras
  • jogos
Não demorou muito para eu perceber que TUDO desaparecia da memória em pouco tempo.
E não era muito melhor com o Enzo, meu enteado, agora com oito anos.

Como um homem consciente das raízes de exatas da minha formação, vasculhei minha memória e achei uma referência útil:
Scifi = Scifilo
Entendo como filosofia para leigos. Talvez esteja em "O vingador do futuro e o sexto dia - O problema da identidade pessoa"
Neste capítulo o autor explora como a memória constrói o que somos, e como sua dinâmica nos reconstrói todos os dias. Aquilo faz um super sentido, pelo menos para mim, filho de exatas. :-)

Se as regras para a memória que eu conhecia:
  1. importância,
  2. duração e
  3. repetição
    Parecem não funcionar como eu previa, o que fazer?

    Inventamos o "Painel Crianças Lembram". Eu e quem manda lá em casa, minha mulher.

    Painel de cortiça na parede.
    Máquina fotográfica na bolsa.
    Ritual periódico de selecionar, imprimir e pregar as fotos acompanhado de brincadeiras com as crianças.

    Os resultados não parecem atingir os patamares de Surpreendente, mas tem sido bem divertido.
    Tem apoiado o item nº 3 acima.

    Permitiu que todos desenvolvêssemos uma memória familiar melhor.
    Apoia o nosso sentimento de grupo.

    domingo, 6 de fevereiro de 2011

    Obediência versus Iniciativa

    Olho a Sofia e também uma lista enorme de crianças.
    Certamente minha amostragem é inferior a dos profissionais da área. Também é inferior a minha compreensão das teorias e das ferramentas que eles possuem. Entretanto é importante que isto fique registrado:
    Sei que não jogo bem, mas não saio do campo.

    Tenho uma lista de pontos que eu faço Benchmark.
    Aqui eu explorarei a Obediência e seu possível custo, a Iniciativa.

    Observando crianças entre 1 e 25 anos, acredito ter encontrado este padrão.

    Os pais que conseguem um forte e eficiente controle sobre a criança perecem danificar sua inciativa.

    Sinto como se existisse uma troca:
    • Se a criança tem uma forte compreensão de limites e deveres, ou seja, o sucesso dos pais, não esboça iniciativas.
    • Se a criança toca no ritmo "barata voa", inferniza o ambiente, mas mostra bastante iniciativa.

    Obviamente, como pai neurótico, isto tem tomado algumas horas do meu tempo.
    Talvez seja importante salientar a diferença entre Neurose e Psicose.
    Eu sou normal, na maior parte do tempo. :-)

    Quando isto foi se construindo na minha mente causou um dano considerável na confiança na minha técnica educacional. Eu a chamo:
    É fundamental destacar que o comportamento humano não é preciso.
    As influencias conseguem resultado probabilísticos, pois incidem sobre populações.
    Desta forma, apesar de não ter verificado isto ainda, acredito que a palavra "maioria" deve ficar implícita em quase todas as afirmações.
    "A maioria das crianças que absorve uma clara limitação nas suas ações não esboça muita iniciativa"

    Puxa, transitar na "Área de Humanas" é muito pior que minhas turmas de cálculo. :-)

    Resultado:
    1. A prática de educar continua, como antes.
    2. Minha convicção está fortemente abalada.
    3. A busca pela resposta desta questão sobe para o topo da minha lista de questões existenciais, desalojando para o segundo lugar a tradicional "Qual é o sentido da vida?"

    sábado, 5 de fevereiro de 2011

    Amor com Pavlov

    Num famoso livro de recente sucesso eu achei a definição de amor:
    "Amor é aquilo que o amor faz"

    Trata-se de uma coincidência cosmológica.
    Estava lendo o livro quando a Sofia foi concebida. :-)

    Neste sentido, amor pode ser.
    • Beijar pela manhã
    • Pegar na mão.
    • Cobrir de elogios
    • Brincar com a criança
    • Satisfazer suas necessidades
    • Dizer que se o lobo chegar você a protegerá
    • Escolher roupas com a criança,
    • Assistir desenhos
    • ...
    Amor pode ser apenas tudo de bom.

    Pavlov entra pela porta
    Basicamente trata-se de premiar os comportamentos desejados e punir os indesejados.

    Premiação
    Se você ainda não estabeleceu um padrão de elogios, é tempo de investir sério nisto.
    Elogie:
    • o sorriso pela manhã
    • a alimentação comida
    • a alegria da criança
    • a organização da cama
    • como ela está bela
    • toda e qualquer característica e comportamento desejável
    Punição
    O comportamento errado não pode permitir a percepção da possibilidade de ganho.
    Neste ponto a minha visão abraça a intransigência.
    Uma criança não deve ser exposta à incrível capacidade de um adulto relativizar.
    As mensagens devem ser claras e objetivas.
    Não pode colocar o dedo na tomada e pronto.
    Por que faz mal. Por que machuca.
    Não existe espaço para considerações das condições onde poderia ou que não faria mal. Guarde este impulso para alguns anos no futuro.

    Transgrediu?
    Não pode obter ganho. Nenhum, em nenhuma hipótese.
    O comportamento errado não pode permitir a percepção da possibilidade de ganho. Note que estou repetindo aqui.

    Como percebi quando estava certo?
    Sofia fez uma "Pirraça Monstro".
    100 minutos de choro sem motivo, apenas por que foi contrariada.
    Sentei, segurei-a no colo e mantive a serenidade todo o tempo. Eu não cedia e nem ela.
    Ela cedeu.
    Duas semanas depois... (Futuro post muito rancoroso sobre o descompromisso do judiciário com a lei e seu forte apego ao próprio conforto)
    Ela ensaiou uma pirraça dentro do banheiro.
    Didaticamente eu repeti as mesmas palavras, o mesmo comportamento, com o mesmo tom sereno de voz e ela cedeu em 5 minutos.
    Quando a criança desconfiar que não vai ganhar ela não força. Se força é porque acredita na vitória. Se acredita na vitória com muita frequência, a culpa deve ser tua. Corrija.
    O fundamental aqui é abrir o ritual do diálogo, antes, durante e depois.
    Futuros posts:

    Quando percebi que tenho que ser melhor do que sou
    Estávamos jogado Monopoly Streets, eu e o Enzo.
    A Sofia se aproximou e sentiu afinidade pela Menininha, jogada pelo computador.
    Cheguei a, sem muita importância, alertar que a menininha perderia a qualquer momento.
    Passados uns 5 minutos isto aconteceu e a cena da derrota, um prédio desmoronando com a Menininha triste na frente, chocou a Sofia.
    Sofia se afastou chorando e eu vivi uma crise de 5 segundos.
    É um absurdo ela chorar por causa disto, mas ela não chora por nenhuma motivação de ganho. E agora? 5 segundos de crise profundamente angustiante. Lembre-se Sofia chorava um choro autêntico.
    Parei tudo e fui reconfortá-la.
    Conclusões:
    • Quem define qualidade é o cliente. Maior esforço futuro para tentar ler o mundo com seus olhos.
    • Os critérios de uma criança de 3 anos não são os mesmo que os de um "cavalão como eu".
    • Tenho que me esforçar mais para entender minha Princesinha. Mantendo a visão externa dos eventos

    sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

    Você precisa de cuidados

    ou: Eu preciso de cuidados

    Este é um assunto ruim, pois rompe com as crenças "em ponto morto" das pessoas.
    Aquilo que você tem tanta certeza que nem discute mais.

    A coisa mais importante do mundo é você.

    Caso não se resolva:
    • financeiramente
    • emocionalmente
    • produtivamente
    • socialmente

    Não tem como, de forma sustentável, ser:
    • bom pai
    • bom amigo
    • bom filho
    • bom funcionário
    • bom chefe
    • bom parceiro de trabalho
    • bom marido, namorado, amante
    Se um filho é a questão que te trouxe aqui, o mais provável é:
    1. sua mulher pediu a separação
    2. você pediu a separação
    3. viuvez
    4. um criança foi entregue na tua porta
    Estão em ordem decrescente da probabilidade. As mulheres tomam muito mais a iniciativa de separação que os homens. Gerenciar a realidade não é fácil, mas os homens levam uma vantagem aqui. Outro post.

    Seja como for, você precisa ficar bem.

    Num primeiro momento:
    • não pare de fumar. Mais uma fonte de ansiedade, e justo agora.
    • evite começar uma dieta
    • planeje e atue nas tuas perspectivas financeiras
    • não descuide do trabalho
    • pense seriamente num terapeuta. Mesmo. Outro post

    E falta o FUNDAMENTAL:
    Busque o teu PRAZER

    É uma palavrinha feia, mas é real.

    E como todos sabem:
    "Sem tesão não há solução"
    Tesão, aqui, significa motivação, estímulos.

    Ser pai não significa ser monge recluso.
    Aquela cena do Forest Gump levando o filho para o ponto de ônibus e, depois, ficando horas ali mesmo sentado, esperando que ele voltasse, não é um modelo bom.

    Não preciso dizer aqui que você deve evitar o que coloca tua segurança em risco.

    Procure o que você gosta e faça.
    • Esporte,
    • passa-tempos,
    • vida sexual,
    • vida amorosa,
    • religião,
    • encontro de ateus,
    • sua banda de música,
    • grupo de motociclistas....
    Você precisa disto.
    Sua criança precisa que você esteja bem.

    quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

    Eu me divertindo com a Sofia

    Ou: é fundamental que você tenha prazer no tempo conjunto

    O estabelecimento de relacionamentos se faz, principalmente, pelas afinidades.

    Aquele pedaço de papel no cartório que afirma que você é pai da criança não tem o poder de fazer isto. Não espere que um exame de DNA melhore esta questão.

    Isto aqui é trabalho duro.
    Se alguns parecem fazer isto naturalmente, muitos até realmente conseguem isto.
    Esta reflexão é também para quem ainda nem entendeu ponto acima.
    Se você leu até aqui já pode imaginar, que tendo ou não uma facilidade natural, um esforço racional tem o poder de melhorar todo o quadro.

    Um amigo meu dizia, sobre encontros amorosos:
    "O melhor para se obter um clima natural e espontâneo é uma boa dose de planejamento prévio"

    Felizmente existe o paradigma do aprendiz de bicicleta:
    "O que você faz que te toma muita energia, com o tempo, você faz naturalmente"
    Isto transforma o teu esforço passado num fluxo de comportamentos naturais.

    Entre você ser flexível e se aproximar dos desejos da criança e ela se ver obrigada a se aproximar dos teus:
    Melhor que um ou outro, só os dois.

    • Você gosta de futebol? Leve-a. Compre uma camisa do teu time para ela.
    • Praia? Biquínis, maios, boias, baldes e pás. Permita o engenheiro de castelos de areia que existe dentro de ti.
    • Cinema? Estoque de filmes infantis. Alguns são espetaculares até para os adultos. Assista junto, ria das piadas e comente as cenas com as crianças. Alguns canais de TV por assinatura são ótimos também.
    • Não abandone os teus amigos, mas lembre-se: Os que tem filhos pequenos agora são mais importantes.
    • Coleciona selos? Consiga um álbum para ela começar sua coleção.
    • Compre um cofrinho e valorize o ritual de colocar as moedas. Valorize especialmente o ritual de abrir o cofrinho e fazer uma compra importante para ela.
    • "O Paradigma do Dois Gatinhos". Este merece um doutorado.
    Lembre-se, entretanto:
    Os momentos alegres, as risadas, o desejo de dormir junto numa tarde com chuva,...Isto é amor.
    Nada disto é atributo da criança.

    Amor é aquilo que você permite e nutre, que te faz feliz ou te destrói.

    "... é aquilo que você permite..."

    É tua responsabilidade. Nem a criança inocente, nem uma ex-parceira insana, nem um judiciário irresponsável.

    É só contigo.

    quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

    Sofia se divertindo comigo


    Ou: é importante que a criança tenha satisfação no tempo conjunto

    Não menospreze a cabecinha dela.
    Antes de falar ela já entende muito mais do que fala.
    Nesta época ela já lança mão de recursos como avaliação da sua voz e leitura corporal.
    Impressionante como a pequena lê a realidade.
    Os seus critérios para formação de memória e recuperação de lembranças parecem envolver outras coisas. São diferentes dos nossos.

    Criança é coisa séria. :-)
    O que diverte criança?
    Ela te contará:
    • bichos de pelúcia
    • bichos de estimação
    • jogar os brinquedos pelo chão
    • revistas de pintar
    • livros lidos pelos adultos
    • desenhos na TV
    • praia
    • piscina
    • novas experiências
    • WII
    • outras crianças
    Veja bem, são todas acima. Teste tudo que você conseguir.
    A importância de cada uma varia, mas todas contribuem.
    Uma vez a minha mulher disse:
    "Brincar com a criança é uma forma de você demonstrar que a ama"
    Tarefa dada é tarefa cumprida.

    O revista de colorir é algo completamente diferente quando a criança te ensina a forma correta de escolher as cores e pintar.

    Lembre-se:
    "Quem define qualidade é o cliente"
    Não adianta a tua tese em física de partículas, sentado com a criança no chão você deve ter a mesma idade dela. Não precisa babar, mas fazer uma perseguição conjunta à uma formiguinha é fantástico pelos gritinhos da criança.
    Ajoelhou, tem que engatinhar. :-)

    terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

    Sofia Precisa de Cuidados


    Ninguém nasce especialista em nada. Eu não mereci fugir à esta regra, provavelmente ninguém.
    O que te melhora é a prática. Não tem prática? Compre-a.
    As pessoas a tua volta possuem isto em abundância. Apenas compre.

    Perguntei sobre tudo para todos.
    Perguntei sobre:
    • fralda
    • banho
    • pirraça
    • comida
    • sono
    • obediência
    • dengo
    • escola
    • e etc...

    Para:
    • amigas
    • amigos
    • mães de amigos
    • mulheres de amigos
    • mulheres
    • recepcionistas
    • garçonetes
    • varredoras de rua
    • vendedores de loja
    • gerentes de banco
    Isto não acaba aqui. Faltam os especialistas.
    Converse com:
    • psicólogos,
    • terapeutas,
    • pedagogos,
    • professores e
    quaisquer profissionais que lidem com crianças.
    Pergunte tudo. Muita coisa que você acha saber pode estar errado.

    Lembre-se também que existe a internet. Abuse dela.
    Usei tudo isto e uns telefonemas de emergência nos momentos críticos.

    Lembre-se:
    • as pessoas possuem informações limitas e também existem suas preferências.
    • Os profissionais não ficam muito longe disto.
    • Confiar na internet é uma irresponsabilidade.

    Nada substituirá o teu compromisso consolidando as informações para cuidar da tua prole.
    É contigo e com mais ninguém. O médico tratará dela, mas você é que a levará ao médico.

    Eu tive até mais sorte. Meu enteado é 4 anos mais velho que a Sofia.
    Minha mulher tem uma dianteira boa em muitos assuntos.
    Mesmo assim eu não me entrego fácil.
    Questiono cada ponto e estabelecemos uma relação de estímulos e desafios que tem se mantido muito interessante.

    Passei a dormir bem melhor quando notei que já "dava para o gasto" como cuidador da Sofia.
    Não pense que isto acaba, apenas você se acomoda. Sempre a criança pode te surpreender.

    Sofia vive trazendo novos comportamentos e demandas. Todo dia é um novo dia.