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quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Tragédia, a Comédia, a Mentira e o Judiciário

Existe uma diferença sutil entre tragédia e comédia.
Imagine uma pessoa escorregando na rua. O que faz mudar a avaliação?
Pense bem...
Lá vai:
A distância.
Longe é comédia, próximo é tragédia.
De longe se ri, de perto vemos a dor, o risco, a idade, os ferimentos.

Na síntese popular:
Seria cômico, se não fosse trágico.

Sofia ontem apareceu com um dedo estourado.
Esmagou o polegar numa porta da creche, deve perder a unha.
Aparentemente sangrando espontaneamente, ou com pouco movimento.

A pequena mostrou uma mudança no padrão de seu comportamento.
Estava muito sensível. Chorou por coisas mínimas.
Eu fui prontamente avisado...
Por e-mail...
24 horas depois...
Por que eu ficaria sabendo inevitavelmente.
Pela creche, nenhuma palavra...

Não tenho autorização para passar na creche hoje para vê-la. Só em sete dias.
A mãe já me ameaçou sobre os horários da decisão judicial.
A mãe, por motivos dela, não pretende levá-la para uma avaliação médica.
A creche, onde aconteceu o acidente, entende que é superficial. Compreensível, não é mesmo?

O judiciário, nega à sofia o meu papel de pai recusando a Guarda Compartilhada à Sofia, mas sustenta com orgulho que a "Autoridade Parental" persiste sendo minha.
Obviamente isto é feito "Pelo melhor para o menor".

No mês passado, o judiciário de múltiplas personalidades produziu mais uma ponto alto:

O Monstro de Duas Cabeças.
Enquanto em SP um pai foi condenado por omissão na educação de um filho, cuja guarda era da mãe e esta a exercia "em pleno direito", ou seja, quem não tem a guarda não é nada. Em petrópolis, um juiz passava um sabão num pai que, também sem a guarda, insistia pelo único caminho possível para participar da escolha da escola do filho, o judicial. O pobre segundo pai realmente acreditou no canto da "Autoridade Parental sem a Guarda". Deviam ter avisado o juiz este mito, ele deveria sustentar o fingimento. Neste mito e talvez no das sereias também. O pobre juiz está sobre-carregado de trabalho, por isto não consegue trabalhar de forma digna. É um bom homem, estou certo disto.
Já o judiciário não segue a lei, não segue a técnica, não segue a constituição, não segue o bom senso...
Não segue nem mesmo ele próprio.
Ninguém se sensibiliza pelo ridículo.

Segue apenas a motivação de adotar respostas padronizadas para atingir "o menor trabalho possível". Mas não se iluda. Nas sentenças, implícita ou explicitamente, é tudo "Pelo melhor para o menor". Sob este lema, que dispensa sustentação, filhos ficam sem pais e mães insanas fazem terapia para se justificarem em suas Síndromes de Medéias.

Os números do Preconceito
100% das disputas de guarda em que os genitores se encontram em posição de equivalência são dadas às mulheres.
Para que tem pouca intimidade com interpretação de números eu ajudarei aqui:
100% não tem como explicar. Não tem base jurídica, psicológica, social, teórica, de "vergonha na cara"...
 Nada é capaz de sustentar isto. Mas se "O Monstro de Duas cabeças" acima não é capaz de destacar o erro, imagina este exemplo aqui?

Costumo receber mais e-mails que comentários neste blog, é uma pena.
Não receberei nada contestando isto acima. Desejo receber da citação abaixo, por favor.
É a maior violação brasileira dos direitos fundamentais dos indivíduos, pais e filhos, executado pelo aparato do estado, o judiciário, em larga escala e com o maior nº. de pessoas empenhadas na tarefa, os funcionários públicos, em toda a história deste país.
Enquanto escrevo isto, no Forum aqui ao lado, um pai está sendo informado, que só por verificação, sua criança não poderá ter contato com frequência menor que quinze dias com ele, apenas por que a mãe assim deseja e isto é "Pelo melhor para o menor". E talvez, após uma avaliação feita pelo estado, isto possa mudar no futuro. A final, o desejo da mãe tem que ser apurado.

É,
Seria cômico, se não fosse trágico
Eu também seria capaz de rir, não fosse a proximidade da minha filha chorando espontaneamente no carro, hoje cedo, antes de chegar à creche.

4 comentários:

  1. No art.1583:
    § 3o  A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos.

    O pai, que é em geral quem não tem a guarda, é obrigado a supervisionar.

    Contudo, como pode o genitor náo detém a guarda supervisionar algo? Ora, para este fim, e somente para este fim, o genitor que não detém a guarda é doravante denominado genitor-visitante. Com as visitas estabelecidas quinzenalmente ele deverá fiscalizar, ou seja, verificar se o filho está sendo bem ou mal tratado pela guardiã. Caso o filho esteja sendo mal tratado, o pai deve, imediatamente, comunicar a autoridade competente, sem, no entanto, esperar que a guarda estará em jogo. Caso o genitor-visitante não denúncie os maus tratos sofridos pelo filho, ele responderá por omissão (existem inúmeros processos assim).

    O poder familiar do genitor-visitante é um vínculo legal apenas, não um vínculo real. O poder familiar não permite ao visitante decidir ou ser informado sobre nada a respeito do filho caso a guardiã não queira. O poder familiar é apenas um artifício jurídico para responsabilizar alguém pelo mau trato sofrido pelo menor, caso a guardiã realmente mostre-se incompetente. Ou seja, o genitor visitante é uma espécie de “fiador”que responderá solidariamente com a guardião sobre os atos ou omissóes por ela praticados.

    O Estado dessa forma delega a guarda de uma criança à mãe e obriga o pai a ser um fiscalizador. A idéia de que é um direito do genitor ver o filho e vice-versa é apenas floreio poético para vincular afetivamente aquela pessoa e mantê-la sob a fantasia de que mesmo afastado do filho poderá ser pai para sempre, pois “pai será sempre pai e os filhos, uma hora ou outra, percebem isso”.

    “Pai será pra sempre e os filhos perceberam isso” - assim como pelo “melhor interesse da criança”, a idéia de que o pai será pai para sempre exime a mãe de sua culpa e é como se livrasse a criança da deficiência de não ter um pai no presente, pois aquele pai alienado sempre será o pai dela e num futuro duvidoso, tudo será melhor...

    Quando muitas vezes se colocam policiais para lidarem com a escória dos bandidos, eles acabam perdendo um pouco do senso da realidade e acabam sendo muito violentos e agressivos, ou seja, estão tão próximos de sujeira e algo acaba lhes respigando.

    A mesma coisa acontece quando um pai é colocado pra “fiscalizar” seus filhos.... ao ter de ver uma criança, o pai tem vontade de criar, de educar, de compartilhar a guarda com a mãe... Deseja ser alguém melhor, um exemplo pro filho. Nesta de o Estado criar os fiscalizadores, o Estado faz com que os pais cada vez mais sintam vontade de terem seus filhos.

    Desta maneira, ou o Estado adota logo a guarda compartilhada, em que ambos os pais terão direito a conviverem com seus amados filhos ou, de uma vez por todas, condena o não-guardião a apenas ser um pagador de pensão (pois se alguém tiver de sustentar a criança não será o próprio Estado e nem a providência social). Ora, mas porque o Estado teria de decidir por uma coisa ou outra? Ele pode deixar tudo do jeito que está e que se danem os pais e filhos. É isso o que acontece.

    À insatisfação dos pais a sociedade oferecer uma cura, a terapia. A terapia é muitas vezes como uma maneira de a pessoa, não podendo ajustar o que está fora, ajustar o que está dentro de si. Boa parte da idéia é fazer o cara se desligar, se desapegar e acreditar que o futuro será melhor, sem esperar que no presente ele conviverá com seus amados filhos... Ele tem de continuar com sua vida, com sua nova família e se preparar pra um dia, se ainda vivo, ter a oportunidade de se apresentar novamente àquele filho do qual foi alienado.

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  2. A hipocrisia do judiciário já é uma unanimidade. É, foi e sempre será. Afinal, questionemo-nos: Caso se invertam as posições e decisões, teriam eles tantos casos para se locupletarem e autosustentarem? Claro está que se trata de uma retroalimentação, criam-se delinquentes que darão trabalho continuamente a estes doutos causídicos... Sem contar nosso descontentamento, que se transforma numa fonte inesgotável de prazer à quem nos impinge essa dor. Mas esta espiral do silêncio já se perpetua há anos e por nossa culpa, demos muitos direitos à quem não tem nem nunca terá bom senso, elas não só são competitivas ao extremo (patológico, claro) mas especializadas na maldade, nunca se importam a quem firam. Lembram-se das últimas semanas em que filmagens amadoras borbulharam a mídia com bebês abandonados por suas mães em lixeiras, banheiros, lagoas, etc., com o argumento de que não teriam como cuidar? E se os pais daqueles tivessem $$$$$? E se fossem eles a praticarem tal hediondade? Com a palavra os expertises do judiciário...

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  3. Cosme:

    Como pai compreendo perfeitamente seu desabafo.
    Mas, e por favor não me interprete mau, vejamos alguns pontos:

    -) Há determinação explicita (acho que não) para
    que você NÃO vá ver a criança ? Se não há, então você não esta proibido e ainda pode usando deste fato, pedir, judicialmente, a amplição da convivência !

    -) No mais meu caro, embora saudávelao nosso emocional, desbafos, apenas desabafos, não surtirâo efeitos no judiciário ! Vamos sim todos, bombardear a mídia (com se tem medo da mídia!), escrever para politicos, enfim, atuar por objetivos e realizar um barulho junto a quem pode, efetivamente, midar as coisas !!

    Abraços

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  4. Caro Andre,
    não existe isto de "O Judiciário deve ...".
    Ninguém lá se sente responsável. É um monstro sem responsabilidade.
    Se você questionar, mesmo os bons, as respostas serão formuladas com "sujeito indeterminado".
    Ninguém é responsável por nada. A culpa é do sistema.

    Caro Sergio,
    bater no judiciário é chutar cachorro morto.
    O Judiciário não dialoga com a sociedade.
    Seus representantes sentem-se como lumiares da civilização, a vanguarda da razão.

    Caro Petrus,
    estamos juntos, infelizmente, neste barco.
    Tua companhia me enriquece, entretanto.
    Aguarde notícias minhas, que serão nossas.

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