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segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Palmada, Gandhi e o Cristão-Novo

O termo Cristão-Novo refere-se aqui à minha recente conversão.
Aderi ao grupo que quer acreditar ser possível a educação de uma criança com "Palmada Zero".

Por onde circulei, o evangelho da "Palmada Zero" se fazia unânime.
Achei até os extremistas que igualam palmada, alteração de voz e até, pasmem, qualquer tipo de punição.

Pavlov virou na cova.

Deste ponto em diante  chamarei a "Palmada Zero" de Novo, a "Punição Zero " de Extremista e as palmadas ocasionais de Tradicional. :-)

Até quase os dezoito meses da Sofia eu nunca tinha presenciado uma palmada nela. Num rompante de fúria a mãe bateu nela uma vez. Rapidamente concordamos que não seria esta uma ação rotineira e a vida seguiu.
Após a separação, já com 3 anos e meio, eu dei umas 4 palmadas, num momento extremo.
Como a mãe da Sofia prima pela consistência no esforço de me manter as cegas sobre a criança, não posso afirmar nada do que acontece fora da minha presença, apesar de ter percebido uma reação dela indicando que palmada não era novidade para ela. Na situação atual onde a psique da mulher é um problema, inclusive para ela mesma, e o estado entende como prejudicial à criança que ela tenha um pai...

Este evento levou-me à busca de outros instrumentos. Foi o estopim da conversão.


O Novo é surpreendentemente bem embasado na ideologia dominante.
Crianças são humanos, apenas pequenos, e devem ser tratados com a mesma dignidade.
Isto faz sentido.

Extrapolando este comportamento para a sociedade, também é possível imaginar uma redução progressiva da violência física em nosso meio. Entendo esta expectativa como natural reverberação no coletivo.
O mundo pode ser melhor, e será.
Imediatamete lembrei de um amigo, um dos grandes, que sendo ex-comunista, uma vez me disse:
Perdemos a chance de mudar o mundo com a revolução. Nos resta mudar o mundo pelas nossas famílias.
Espetacular esta visão, não é mesmo? Alguém por aqui tem algum informação sobre as palavras de Gandhi à educação infantil usando a não-violência?

Ok, mas como não existe almoço grátis...

Não é uma transformação fácil.
O pai tem que pensar bem no assunto.
Identificar algumas motivações da criança e avaliar como lidar com elas neste novo cenário.
Antecipar algumas situações e planejar a abordagem é também fundamental.

Um ponto é que é muito mais fácil educar usando os procedimentos Tradicionais. Abrir mão deles dá muito mais trabalho.
Outro ponto continua sendo o problema da verdade verdadeira. Não é possível sabermos, seja qual for a linha:
  1. Tradicional, 
  2. Nova ou 
  3. Extremista
Qual funciona e/ou é melhor?

Até por que, entre outras coisas, a definição de melhor aqui não é nada fácil.

Ganhei outro ponto para a reflexões rotineiras sobre a vida.
Já a Sofia ganhou um pequeno incremento na energia das neuroses do Pai. :-)

Enquanto isto:
Não gosto de bater na Sofia. "Doeu mais em mim que nela". Sei que parece egoísta, mas estou certo que não farei mais isto.
Comecei a me expor ao discurso Extremista. Confesso que é muito para mim, mas recuso-me a recusar informações, até por que a "Verdade Verdadeira"...

Enquanto isto...

Nossa, que saudade da minha Linguicinha. :-(

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