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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rotina, isonomia e o melhor para o menor

Repentinamente fui exposto a expressão segurança alimentar.
Foi no início da gestão Lula.

Como ex-vegetariano, esta expressão tinha um outro significado para mim.
Significava a capacidade de garantirmos a segurança dos alimentos aos consumidores.

A segurança concreta não existe.
Ela baseia-se apenas na história de uso. Nas referências entre alimentos e consumo. Normalmente da pessoa. Não existe como antecipadamente garantir que um alimento não fará mal à um indivíduo, mas usamos altas probabilidades de sucesso para cunharmos uma afirmação que se mascara de certeza:
-Claro que feijão não fará mal a você.

Recentemente esbarrei num caso de uma mulher que comeu uma fruta não muito comum em grande quantidade e sofreu um acidente vascular dirigindo horas depois. Ela tinha uma dificuldade em metabolizar uma substância específica da fruta. Obviamente só foi descoberto por ter acontecido num país rico.

Resumindo:
Não temos condições de afirmar que um certo alimento é seguro para uma pessoa específica. Mas a chance de problemas é pequena se um grande nº de pessoas estiver consumindo este alimento por bastante tempo. Chance pequena não é certeza.

As decisões sobre como educar as crianças não estão muito melhor.
As nossas melhores ideias hoje são fruto do que já funcionou no passado. Apenas isto.
Se uma população, ou uma pessoa, come feijão há muitos anos, a segurança disto é provada pelo uso. Não certa, probabilisticamente.

Crianças, hoje em dia, são criadas por seus pais.
O modelo seguro de criação de crianças é a família.
Abordagens criativas, como a de Esparta, são vistas hoje como uma curiosidade histórica.

Este modelo seguro, ou pelo menos tradicional, tem sido posto a prova.
Nunca antes o nº de famílias desfeitas foi tão grande.
Não como evento, mas agora como linha mestra.
Famílias não estão se desestruturando por causa de uma guerra, estão por causa da busca da felicidade por seus componentes.
Desestruturando ficou meio forte, não é? Reestruturando fica melhor, já que uma família não acaba, assume outras formas.

Nesta realidade de muita configurações familiares aceitáveis temos alguns dados que impressionam.

Acabou. O compromisso entre os dois adultos acabou. Com eles existe uma ou mais crianças.
O casamento é algo tão pesado que são necessários duas pessoas para suportar.
O que acontece?
Encontra-se um cenário onde existe apoio institucional às pessoas durante esta crise. Todos são esclarecidos sobre o desdobramentos de suas decisões. Recebem a orientação sobre o que é esperado no que tange os menores e aos menores sobre a nova situação, onde são amados, mas que os pais não mais morarão juntos. Todos entendem o fim da relação marital e a continuidade da relação parental O comportamento saudável de todos é premiado. Onde o comportamento equivocado é punido claramente e todas as discussões e decisões são feitas às claras.
Só se for na França, aqui é um pouco diferente...

Apoio do estado? Continue lendo o texto.
Digamos que tudo fechou bem...
Assim que surge o contato com o judiciário alguém te avisa que acordos feitos fora da audiência não são tidos como válidos.
O que isto significa? Que acertos rápidos, normalmente que preservam as crianças de algum desgaste só passam a ter algum valor se o judiciário aprovar.

CSI nos números
  • 95% das guardas ficam com as mulheres.
Ok, é um estatística ruim, mas deve ser contextualizada. Representaria a forma que a sociedade é. Apenas isto. É de se esperar que o judiciário representasse a realidade, a modificasse de forma apenas marginal. Analisando os números..

  • 100% das disputas civilizadas de guarda onde os pais possuem situações equivalentes ficam com as mulheres. Pronto, agora caiu a máscara.

100% não tem desculpa. Não rola explicação. Vou repetir: 100%. Vamos tentar algumas explicações:

  1. Tudo bem..Advogados são de humanas, mas espere aí...Isto não é uma integral de linha. Percentagem é aritmética básica. Não se explicaria isto assim. :-)
  2. No texto da lei temos a Isonomia. É apenas o contrário disto. A explicação não sai pela lei.
  3. O modelo de educação exige e cada vez mais expõe a importância do pai. Não sai pelo tecnicismo. Nenhum profissional embasaria a decisão do judiciário com um parecer do tipo: "O pai é secundário". Não sai pelo tecnicismo.
  4. O pai ser um pária é "O melhor para o Menor". Não se sustenta. Cede inevitavelmente ante os pontos 2 e 3 acima. Não tem tecnicismo que embase isto, nem o texto da lei, nem a estrutura da nossa civilização.
Ok, o besouro não tem como voar. Todos sabemos disto, menos o besouro. Ele insiste em continuar voando.

 Se a realidade é tão gritante, se nada sustenta a situação atual, como é que o judiciário consegue sustentar 100%? Sem pudor, sem constrangimento, sem culpa?

Agora o STJ descobriu o óbvio.
Estranhamente a juíza da vara de família onde fomos desrespeitados, eu e a Sofia, não concordava.
Torço que o TJ-RJ tenha chance de ler o link acima antes de decidir o nosso caso.

Descobriu-se que o conflito entre os pais não poderiam ser usado como é.
Outros comentários em outro post.

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