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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sofia e Afrodite

Por muito tempo eu imaginei que a função de um educador devesse ser fazer a criança fazer o que deve ser feito.
Observe que não existe uma definição objetiva disto. Está subordinada à percepção e aos valores do educador.

Mesmo quando a realidade nos desafia e mostra crianças sendo orientadas de formas criticáveis, o estado apenas deve intervir em situações limítrofes.
Abundam na nossa história excessos do passado. Vale salientar que o patamar de erros aceitáveis dos indivíduos é muito superior ao dos erros aceitáveis do estado.
Resumo: Mantenha o estado longe da sociedade, em especial, das nossas crianças. Estado nesta área é último recurso. Algo no mesmo patamar de "Operação Cerebral".

Pois bem, venho ponderando sobre os objetivos finais do processo educacional. Ponderações que retornam, invariavelmente, para a questão final: Qual o sentido da vida?

Pulando muita filosofia...

Observei que o fundamental não é que a criança faça isto ou aquilo, mas que queira isto ou aquilo. Fazer está, na verdade, em 2º lugar. Desejar é o ponto. Quando fracassar no "Desejar,  o "Fazer" pode ser um tipo de consolo.
Resumindo:
  1. Faça a criança Desejar
  2. Consiga que a criança Faça
Nesta ordem.

E eu que sempre pensei que as noitadas de Calculo eram difíceis.
Toda a questão agora muda. Como motivar uma criança? Outro post.

Bem, testo todo dia algumas ideias. Um Animal de estimação surgiu como uma ideia que foi amadurecendo por muitos meses.

Aguardei alguns eventos:
  1. A Sofia manifestar, repetidamente, o interesse.
  2. O Enzo esboçar alguma iniciativa pela ideia.
O 1º ocorreu legal, mas lembre-se, a criança não tem compromisso natural com suas ideias. Cabe a você lembrar para ela que a ideia foi dela. Na verdade isto é mais importante do que ela realmente tomar a iniciativa. Manobra Goebbels. Não é necessário tanto. Apenas aguarde sua manifestação e relembre de forma alegre que ela existiu.
O 2º começou bem, mas ele recuou dizendo que não queria tratar do bichinho. Vale a mesma regra: Fazer com que ele se sinta responsável pela decisão. Na verdade está tudo muito mais próximo da Manobra Dale Carnegie:
"Atribua à outra pessoa uma boa reputação para que ela se interesse em mantê-la"
Atribua à criança a fama de ser um bom e carinhoso cuidador do cão e ela se esforçará em não perder esta autoridade recebida. Bom para todos os envolvidos: as crianças, os adultos e o filhote.

Assim chegou a Afrodite, ou Frô.
Uma linda vira-lata, que cabe no meu chinelo.
Esboçando todas as vantagens e desvantagens de se ter um filhote numa casa onde todos ficam fora a maior parte do tempo. Nossa rotina de casa. Outro post.

Entre os constates choros da Frô, suas mijadas e as crise da minha parceira sobre não ter tempo para nada "...e agora ainda ter isto."..

A vida segue e é espetacular ver o Enzo perguntando 1º sobre ela quando sai do transporte escolar.

Pulei de 4º "ser mais amado em casa para" o 5º.
Tempos felizes.

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