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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Violência Doméstica, origens e motivações

Num sábado destes, 29/02, estávamos nos preparando para viajar. Gang completa: Carla, Sofia, Enzo e eu.
Passávamos pela rua e, pela visão lateral, suspeitei de algo estranho.
Um cara batia numa mulher, com uma criança ao lado pendurada nele.
Quando dei o alarme a Carla, que tem o estilo "Faça a coisa certa", parou o carro.
Enquanto eu corria para separar as pessoas, e como o cara batia bem eu resolvi correr para valer, a Carla ligava para a polícia.

Cheguei e fui inicialmente ignorado por todos.
Na tentativa de afastar os três recebi:
  1. um olhar de agradecimento da criança
  2. uma encarada do homem do tipo: "o próximo soco pode ser teu"
  3. um mordida da mulher. A mordida e o pedido de desculpas duraram menos de um segundo, o dedo dói até hoje.
Puxei a mulher, que dava 2/3 do homem, para dentro da grade do prédio, fechei-a e me afastei em direção ao carro.
Lá a Carla já falava com a atendente.
De ponta a ponta não deve der durado 1 minuto.
Desta forma não sou capaz de análise completa, mas como sempre sou abusado, seguem algumas impressões:
  • o homem não parecia fazer o estilo acéfalo. Desta forma bater na ex-mulher em público deve ter sido uma situação limite.
  • A mulher apanhava com uma considerável coragem. Ambos poderiam estar jogando o mesmo jogo
  • Já estavam separados a 3 anos.
  • Existiu uma outra mulher no meio.
  • O homem acusava a mulher a respeito de algo sobre o filho. Alienação Parental pareceu-me.
Minha organização neurótica da realidade tem imposto pequenas reflexões quase diárias sobre este evento. Não subestime o poder de motivação reflexiva capaz de ser obtida por um dedo doendo.

Não sou realmente novo neste planeta, já se vão 4 décadas, e tenho uma forte resistência a tratar as pessoas como burras, nem por elas, eu é que não gosto desta dinâmica. Isto me faz mal.

Homem batendo em mulher. Que coisa mais "démodé"!
É bem difícil eu acreditar que ambos não tenham construído juntos a agressão. Não estou tentando legitimar nada aqui.
Para ficar claro:
Agressão para mim, só verbal e sem palavrões. Detesto violência, sou capaz até de bater em alguém. :-)

Por que ambos concordaram em expor a criança a esta cena?
Se, supostamente, o ponto mais importante ali é a criança, por que ambos não trabalharam rumo a preservação dela?

Um comentário:

  1. Pô... finalmente algo de interessante e original, parabéns. Gostei desse negócio. Melhor que aqueles papos de religião e placebo intermináveis entre você e o Filipz, que é um saco.

    Sim.... quando duas pessoas se atracam elas estão num contrato neurótico de mesmo nível. Talvez um místico diria que as vibes se atraem. É o mito de Nêmesis, você vira (e ao mesmo tempo já é) o espelho do seu inimigo. Os semelhantes se reconhecem (ou "like meets like").

    Quanto a essa briga, me lembra uma cena que passa no Pica-Pau. Tem um brucutu das cavernas batendo numa mulher e puxando ela pelo cabelo. O Pica-Pau toma as dores e tenta libertar e mulher. Então ela dá uma porrada no Pica-Pau e volta apaixonadamente a ser puxada pelo troglodita. Acho que é mais forte que a gente.

    =D

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